A ferramenta combina análises macroeconômicas com dados de governança local para antecipar a perda de vegetação nativa na região, oferecendo projeções para a formulação de políticas públicas e estratégias de conservação.
Com base nos elementos da nota técnica “Cenários espaço-temporais para o desmatamento na Amazônia Legal brasileira”, publicada recentemente, os pesquisadores conseguiram projetar três cenários distintos, cada um com suas implicações únicas.
No cenário “Business as Usual”, que considera apenas as tendências históricas sem levar em conta fatores macroeconômicos, estima-se que o desmatamento acumulado entre 2020 e 2025 alcance cerca de 50 mil km2, o que é 35% maior do que o indicado pelos cenários que levam em consideração outros fatores.
Os resultados também apontam para a distribuição espacial do desmatamento projetado. Regiões como o centro do Pará e o sul do Amazonas aparecem como áreas de alto risco, confirmando uma tendência já observada pelos especialistas desde 2018 da concentração do desmatamento na junção das fronteiras do Amazonas , Acre e Rondônia, denominada “Amacro”.
Além disso, os modelos destacam a importância da governança na destinação de florestas públicas para a conservação, demonstrando uma redução de até 57% no desmatamento nesse tipo de área quando políticas adequadas são implementadas.
O organizadores apontam que, no entanto, é crucial notar que mesmo nos cenários mais otimistas, a falta de mecanismos de controle pode resultar em “vazamentos” de desmatamento para outras regiões, como assentamentos de reforma agrária e propriedades rurais, além de Unidades de Conservação.
A plataforma já está disponível para a consulta pública no endereço https://forestatrisk.ipam.org.br
Os dados detalhados obtidos por meio desses modelos estão disponíveis em um painel desenvolvido pelo Banco Mundial com o objetivo de fornecer uma base para a tomada de decisões e ações direcionadas à preservação da Amazônia Legal.