Essencialmente composta por produtos in natura ou derivados de soja, milho, algodão, madeira e carnes, a pauta de exportações estadual gerou negócios de US$ 14,557 bilhões no último ano, com o embarque de 43,228 milhões de toneladas em produtos, segundo estatísticas do sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
O desempenho assegurou ao Estado a vice-liderança em negociação internacional dos produtos agropecuários, superado apenas por São Paulo, com US$ 18,836 bilhões. Comparado com 2016, quando foram movimentados US$ 12,467 bilhões com embarques de 36,077 milhões de toneladas, Mato Grosso garantiu acréscimo de 16,76% no faturamento das vendas externas no último ano.
A contribuição do agronegócio para o resultado positivo da balança comercial brasileira em 2017, quando o país ainda tentava superar a crise econômica iniciada em 2015, foi destacada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, durante entrevista coletiva nesta terça-feira, em Brasília. Desde que assumiu o comando da Pasta, Maggi tem se empenhado na abertura de mercados para os produtos brasileiros.
No início de 2017, quando foi deflagrada pela Polícia Federal a Operação Carne Fraca, para apurar fraudes e corrupção entre frigoríficos e agentes públicos, diversos países restringiram importações de carne. “Não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira seria deficitária em US$ 15 bilhões. Em 2017 tivemos o 2º maior saldo comercial da história”.
O desempenho ficou aquém apenas do saldo da balança do agronegócio em 2013, quando atingiu US$ 82,910 bilhões. Em relação às exportações de carne bovina, a Carne Fraca atrapalhou, reconhece o ministro. “Sem ela, teríamos andado mais e não teríamos as preocupações do mercado”.
Para compensar este contratempo, o país colheu a maior safra de grãos, sendo 61,986 milhões de toneladas só de Mato Grosso. “Apesar da maior safra, não temos o maior faturamento da balança comercial, porque os preços dos produtos estão retraídos e o câmbio desvalorizou nos últimos anos”, ponderou. “O agro vai bem, mas tem que ficar sob olhar estreito porque cada vez mais a renda do produtor fica retraída. Isso é um sinal amarelo para um país que tem a agricultura como seu grande sustentáculo”.
Conforme detalhado pelo secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Luiz Ribeiro, em 2017 as exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 96,010 bilhões. Comparado com 2016, o resultado confirma alta de 13%. No último ano, o agronegócio respondeu por 44,1% do total das vendas externas do Brasil. Conforme ele, com o avanço das exportações sobre as importações, o saldo da balança do agronegócio foi superavitário em US$ 81,860 bilhões, ante US$ 71,310 bilhões de 2016.