O volume de crédito rural liberado entre julho do ano passado, quando teve início a safra 2017/2018, e dezembro aumentou 13,5%, totalizando R$ 92,5 bilhões, conforme dados do Banco Central. Em igual intervalo de 2016, o governo desembolsou R$ 81,5 bilhões.
Foram registrados aumentos dos desembolsos para todas as finalidades – custeio da safra, investimentos, comercialização e industrialização, acompanhando a expectativa de uma ampla safra de grãos na temporada, de 226,5 milhões de toneladas conforme a mais recente projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ainda que 4,7% inferior à produção recorde da safra 2016/17.
As maiores taxas de crescimento são verificadas no crédito para investimento, cujo montante aumentou 21,3% no período, para R$ 20,7 bilhões, e para comercialização, que cresceu 43,7% e alcançou R$ 14,684 bilhões. O desembolso para custeio no segundo semestre de 2017 cresceu 5,7%, para R$ 53,2 bilhões, e o destinado à industrialização de produtos agrícolas avançou 8,4%, para R$ 3,7 bilhões.
Dentre as linhas de crédito para investimento, a do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) teve aumento de mais de 100% nos desembolsos, passando de R$ 201,8 milhões de julho a dezembro de 2016 para R$ 416,4 milhões no mesmo intervalo de 2017. Empresas têm aplicado recursos para investir no segmento de armazéns, que é deficitário no País. Já o montante disponibilizado por meio do Moderfrota caiu 3%, para R$ 3,799 bilhões.
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgados na última semana mostraram que as vendas de máquinas agrícolas no ano passado aumentaram apenas 1,5% em 2017 ante 2016 e caíram 8,8% em dezembro na comparação com igual mês do ano anterior. Também nos primeiros seis meses do ano safra 2017/18, os bancos públicos liberaram montante 29% superior ao concedido entre julho e dezembro de 2016, atingindo quase R$ 51,5 bilhões.
As cooperativas de crédito também concederam mais recursos no acumulado da safra, alcançando R$ 14,8 bilhões, 19% acima dos R$ 12,4 bilhões liberados ao setor agropecuário nos primeiros seis meses de 2016. Já os bancos privados desembolsaram menos recursos, R$ 25,1 bilhões, 10% a menos que no segundo semestre de 2016.